Texto-base do Projeto de Lei 1011/20 que cria prioridades para a vacinação contra a covid-19 segue no Congresso e já encontra resistências ao colocar cerca de 77 milhões de pessoas nos grupos na frente da fila. A Câmara dos Deputados aprovou a matéria nesta quarta-feira (31) mas ainda vai analisar novos destaques na próxima semana.
Dessa forma, o texto prevê prioridade para 16 grupos. Inicialmente foi proposto pelo deputado Vicentinho (PL/TO), entre outros. Contudo, a relatora deputada Celina Leão (PP/DF) pediu para adiar a votação dos destaques. O presidente da sessão, Eduardo Bismarck (PDT/CE), aceitou.
Celina Leão também sugeriu mudanças no projeto. Ela incluiu profissionais do Sistema Único de Assistência Social, bem como os conselheiros tutelares que prestam atendimento ao público.
Do mesmo modo, a relatora adicionou os trabalhadores da educação do ensino básico; os coveiros, atendentes e agentes funerários; os profissionais de farmácias; os oficiais de Justiça; os taxistas, ; e os profissionais de limpeza pública.
“Nós queríamos estar num país onde todos tivessem acesso à vacina. Só que este projeto parte da necessidade de termos pessoas que são prioritárias e estão na linha de frente da Covid-19”, disse Celina Leão.
Vacinação prioritária
Por outro lado, apesar da opinião de Celina Leão, outros são contra a ideia de ampliar o grupo. Entre eles, Marcel Van Hattem (Novo/RS):
“Com tantas prioridades, quem ficará de fora? Vamos agir com racionalidade. É melhor garantir que aja mais vacinas para todos”, disse. Ele defende o PL 948/21, que permite a compra de vacinas pela iniciativa privada.
Nesse sentido, Eduardo Cury (PSDB/SP) pediu mais cuidado no debate do tema.
“Considerar que uma profissão é prioritária depende muito da pessoa. Se ela pode ou não trabalhar de modo remoto. E isso tem de ser analisado com mais cuidado”, disse.
Assim também acha Henrique Fontana (PT/RS). Entretanto, pare ele o problema é outro:
“Tem que haver uma fila única que avance. Esse é o desespero do Brasil. E nós estamos desviando o foco. Nós estamos fazendo uma disputa. Como se colocando a categoria ‘a’ antes da categoria ‘b’ nós fôssemos resolver o problema causado pelo presidente Bolsonaro, que já chegou a cancelar as compras de vacinas”, afirmou.
A princípio, a OCB apoia a medida. Depois da votação dos destaques, o texto segue para o Senado.
Fonte: Agência Câmara