A produção de café no Brasil atingiu 46,87 milhões de sacas na safra 2020/2021, mantendo o país como líder de produção mundial e em primeiro lugar também no ranking de exportações, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar do recorde, produtores estão preocupados com o impacto do clima nas plantações.
Porém, para manter os bons números, os produtores buscam alternativas para driblar as condições climáticas adversas que podem prejudicar o cafezal. Assim, uma dessa alternativas passa pela adoção de fertilizantes organominerais. São compostos por matéria prima de origem natural.
Nesse cenário, o destaque é para a multinacional irlandesa BioAtlantis. Ela produz bioinsumos com tecnologia disponível ao mercado. O objetivo é a redução dos danos induzidos pelo estresse climático em lavouras.
Nos últimos anos, vários estados têm sofrido com longos períodos de estiagem ou frio extremo, fatores que influenciam diretamente na produtividade, como explica Leonardo Duprat, gerente comercial da BioAtlantis Brasil.
“No caso do café, a baixa umidade aliada às temperaturas muito altas comprometem a florada. As temperaturas elevadas, aliadas à estiagem, causam um estresse enorme às flores, com isso a planta tende a abortá-las, o que pode gerar um efeito cascata. Se a florada for ruim, não vai haver um bom pegamento dos grãos e assim por diante”, explicou.
Produção do café com fertilizantes
De acordo com a BioAtlantis, o uso de bioativos tem favorecido o crescimento da produção brasileira de café. No município de Estrela do Sul, Minas Gerais, a safra 2018/19 da variedade IAC Mundo Novo registrou 75 sacas por hectare nas parcelas com SuperFifty. Onde não foi aplicado o produto, o resultado foi de 66 sacas.
Na safra seguinte, 2020/21, no município de Araguari, também em MG, a variedade Topázio registrou 62 sacas/ha na área tratada com o fertilizante, contrastando com as 54 sacas da área sem produto.
Já na safra 2021/22 da variedade IPR 100, teve 64 sacas/ha com a aplicação do produto no manejo, e 57 sacas na área sem aplicação.
Diante dos resultados, Duprat, defende que o ideal é aplicar o fertilizante organomineral sobretudo na pré-floração. Desse modo, as lavouras perdem menos floradas.
“No entanto, é plenamente possível obter resultados positivos aplicando nas fases de chumbinho/chumbinho expansão e ainda em dezembro/janeiro onde ocorrem aqueles veranicos associado as altas temperaturas. Desta forma, os cafeeiros estarão protegidos do estresse oxidativo, induzido pelo ambiente desfavorável, até a expansão dos frutos. Com isso, aplicando-se na fases sugeridas, é possível alcançar tetos produtivos que garantam rentabilidade econômica para o setor”, finaliza Duprat.
O Encoffee 2022, um dos principais eventos do setor cafeeiro no país, ocorre dias 27 e 28 de setembro no Palácio de Cristal em Uberlândia, MG.
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