Senadores de Roraima que investigam a crise Yanomami recebem críticas ao defenderem a criação de um programa de auxílio a garimpeiros, inclusive com a criação de cooperativas legais para fazer com que eles deixem as terras indígenas definitivamente.
O senador Dr. Hiran (PP-RR) integra a Comissão Externa Temporária instalada pelo Senado para acompanhar a crise yanomami. Ele disse à Rádio Senado que a bancada de Roraima defende a sessão de terras para cooperativas de garimpeiros, devidamente legalizada:
“Nós pensamos em um programa especial de auxílio a essas pessoas, os operários do garimpo. Também pensamos na criação de áreas de exploração mineral fora da reserva para que sejam exploradas com licenciamento e cuidados ambientais para que essas cooperativas de garimpeiros explorem essas áreas, evitando que eles vão para as reservas”, disse.
Oposição critica
A proposta dos três senadores de Roraima recebeu críticas. A Comissão que investiga a crise Yanomami conta também com o senador Humberto Costa (PT-PE), e a senadora Eliziane Gama (PSDB-MA), que pediram a ampliação da Comissão por considerarem que os colegas roraimenses querem anistiar os garimpeiros ilegais.
“Esta comissão, da forma como está, não tem representatividade necessária e suficiente para o enfrentamento de um tema tão grave para o Brasil. Todos os movimentos sociais, todas as entidades que trabalham na questão da proteção dos povos tradicionais brasileiros estão acompanhando e estão reclamando porque a comissão, de fato, está muito limitada”, disse Eliziane, que é vice-presidente do colegiado.
Enquanto isso, o governo federal criou uma força-tarefa com a Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Forças Armadas, Ibama e Funai para retirar os garimpeiros dos territórios Yanomami.
Operação Nau dos Quintos
De acordo com a Polícia Federal de Roraima, a corporação realiza a operação Nau dos Quintos, nesta terça-feira (28/02). O objetivo é investigar suspeitos de receberem valores para a compra de ouro ilegal em Roraima. São cumpridos três mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.
Além disso, a operação começou após uma denúncia anônima. Os policiais chegaram até um proprietário de loja de materiais para construção envolvido com a aquisição de ouro de origem criminosa.
Um dos suspeitos, o proprietário da microempresa de materiais para construção no estado, teria movimentado R$ 162 milhões. O tro suspeito, cujos rendimentos declarados são de apenas R$ 40 mil, teria movimentado em suas contas mais de R$ 12 milhões.
No total, os envolvidos investigados no esquema teriam movimentado R$ 271 milhões em um período de quatro anos.