A quebra dos bancos americanos ligou o sinal de alerta no Brasil e no mundo para as condições financeiras de startups e empresas de capital. Diante das questões, os cooperativistas perguntaram ao professor Paulo Campos o que de fato estava acontecendo e o que as cooperativas podem esperar diante dos acontecimentos. As respostas são de cautela.
Para relembrar o fato, na sexta-feira (10/03), o Silicon Valley Bank foi tomado por controladores e teve a falência decretada por incapacidade para devolver o dinheiro depositado pelos clientes que correram para fazer saques. E os bancos afetados foram o Silvergate, grande apoiador das criptomoedas, o Silicon Valley, “banco das startups”, e o Signature Bank.
A questão levantada é se houve algum problema de contabilidade lá ou não.
De acordo com o professor Paulo Campos, o banco empresta muitas vezes aquilo que não tem:
“Os bancos americanos compraram títulos públicos americanos a uma taxa de 4% a.a. O governo americano, para sanear a sua régua fiscal, jogou os juros destes títulos para 7%. Os bancos, que tinham os títulos em volume maciço a 4%, ficaram com os títulos todos porque não conseguiram vender no mercado um título a 4% ao ano de juro se o governo está concorrendo comigo vendendo a 7%.
Ato quebrou bancos americanos
Paulo explica que isso fez com que o dinheiro desaparecesse dos bancos. Sem liquidez, essas organizações não conseguiram honrar com compromissos. Em seguida, veio o colapso. Tudo por causa de uma ação governamental. O aumento dos juros provocou a quebra dos bancos americanos.
O fato atinge todos os mercados. Tudo por conta da especulação financeira. Paulo campos faz um alerta a cooperativas antes de investirem pesado:
“Esse fator é determinante antes de investir pesado um investimento pesado. Principalmente as cooperativas de porte médio e grande. Essas precisam avaliar bem os riscos de mercado decorrentes desse efeito, que mais cedo ou mais tarde alguém vai ter que pagar essa conta”, disse Paulo Campos.
O professor acrescenta que os negócios bem geridos e as cooperativas não estão distantes desses efeitos.
“Se estão pensando em fazer um investimento, esperem. Se não tem experiência ou se não tem assessoria contábil jurídica adequada e tecnicamente preparada para fazer uma análise real num curto prazo, não se arrisque. Agora, nós vamos ter um caça às bruxas”, disse.
Ouça a entrevista completa de Paulo Campos no Programa CoopCafé!