As terras indígenas continuam no foco político. Representantes da Cooperativa de Extrativismo Minero-Artesanal de Roraima, e da Cooperativa de Garimpeiros de Roraima foram convocados para participar de audiências públicas sobre a questão Yanomami.
A Comissão Temporária sobre a situação dos Yanomami no Senado convocou as cooperativas e outras organizações. Assim, o plano de trabalho recebeu aprovação nesta quarta-feira (8) e autoria do relator do colegiado, o senador Dr. Hiran (PP-RR).
A Cooperativa de Extrativismo Minero-Artesanal de Roraima (COEMAR) e a Cooperativa de Garimpeiros de Roraima (COOGAR) surgiram na década de 1990, com o objetivo de regularizar a atividade garimpeira no estado de Roraima.
Invasões em terras indígenas
Embora as cooperativas surgiram para regularizar a atividade garimpeira, a falta de controle e o incentivo à exploração desenfreada levaram à degradação ambiental e ao desrespeito aos direitos indígenas. A situação atual das tribos yanomami é um reflexo da falta de ações concretas para conter a atividade garimpeira ilegal e proteger as áreas indígenas.
Em relação ao garimpo em suas terras, o problema existe desde a década de 1980. Os garimpeiros invadem a Terra Indígena e causam danos ambientais e conflitos com os indígenas. A atividade garimpeira é ilegal nessa área, mas continua a ocorrer devido à falta de fiscalização e à demanda por minérios, como ouro.
O plano prevê duas viagens ao estado de Roraima,. Sobretudo para ouvir a população afetada pela crise humanitária e autoridades locais. As diligências incluirão visitas ao Hospital de Campanha de Surucucu, à Casa de Saúde Indígena e ao Hospital da Criança de Boa Vista. O relator espera identificar os principais problemas sociais, de saúde pública e ambientais na região.
De acordo com Chico Rodrigues, mais de 19 mil garimpeiros já saíram das terras indígenas Yanomami nos últimos trinta dias. Segundo ele, restam pouco mais de 800 garimpeiros na região. Em sua avaliação, o Estado brasileiro precisa se manter presente na região para evitar o retorno do garimpo ilegal.