O apicultor e presidente da Cooperativa Agrofamiliar Solidária (Coofamel), Antônio Henrique Schneider, representou os produtores do Mel do Oeste do Paraná na missão técnica do Fórum Origens que promoveu imersão na rede dos Vinhos de Bituruna. O encontro foi realizado nos dias 19 e 20 de março e foi voltado para os produtos com Indicações Geográficas (IG) e Marcas Coletivas.
Segundo o presidente da Coofamel, reuniões como essa são relevantes para promover avanços na produção. Esses encontros nos proporcionam uma mudança de mentalidade. A cada município que nós conhecemos, e a partir do contato gerado com cada IG, ampliamos as ideias e voltamos renovados. Por isso, é muito importante vir, captar todo o conhecimento, compartilhar o que fazemos, conhecer pessoas e, assim, levar para a região o que aprendemos”, enfatiza Antônio.
No dia 19, os participantes realizaram visitas técnicas em vinícolas da região e no Museu Histórico Casa Sanber. Durante a noite, os produtores participaram de encontros de negócios com empresários locais e tiveram a experiência conhecendo os vinhos locais
Já na quarta-feira (20), o dia começou com uma palestra sobre os produtos de origem e seus diferenciais, em especial a IG dos Vinhos de Bituruna, ministrada pelo chef Rui Morschel, entusiasta da gastronomia paranaense.
“O grande conceito da Indicação Geográfica, comercialmente falando, é que você seja valorizado por ter uma coisa exclusiva para oferecer ao mercado. Então, nosso maior objetivo é mostrar que o pequeno produtor pode se conectar diretamente com o consumidor que quer algo exclusivo e diferenciado, argumento importantíssimo para gerar venda”, indica.
O especialista também falou muito sobre a necessidade de fortalecer o sentimento de orgulho e pertencimento dos paranaenses em relação ao que é feito no Estado.
“Quando falamos de vinho, por exemplo, precisamos mostrar que os Vinhos de Bituruna são diferentes. E precisamos trabalhar para além do ambiente produtivo, mostrando ao paranaense que ele pode e deve ter orgulho do que é feito aqui”, incentiva.
Depois, o grupo foi recebido no Restaurante 7Colinas, que também produz massas. Uma programação intensa que, segundo a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, visa poder proporcionar aos participantes, de diversas regiões do Estado, conhecer de perto outros locais que também contam com IG, além de ter contato com empreendedores que estão buscando esse reconhecimento.
“São dois dias de atividade, onde conhecemos as boas práticas locais, vemos como é feito o atendimento ao cliente em cada região e oportunizamos a troca de conhecimento e experiências. É uma forma de aproximarmos as detentoras de IG e de oportunizarmos essa troca tão relevante para a constante melhoria dos produtos e do marketing”, enfatiza.
Reunião técnica
Durante a missão, também foi realizada a reunião técnica do grupo, onde foram debatidos aspectos relacionados à comercialização de produtos com IG e o fortalecimento dos produtores.
“Apresentamos o calendário de eventos do ano de 2024, com o objetivo de planejarmos as ações e como será a presença do Fórum Origens do Paraná nas feiras e nos eventos. Além disso, aproveitamos o encontro para compartilhar desafios e avanços de cada IG, dando espaço para essa troca de ideias e boas práticas que, às vezes, funcionam na região oeste e podem ser replicadas na região sudoeste, por exemplo. O trabalho é coletivo e todos estão atuando em conjunto para o fortalecimento dos produtos paranaenses”, conta a consultora.
Fernando Rosseto, de Mandaguari, é produtor de café do Sítio Eliza, que faz parte do grupo que depositou no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), o pedido de Indicação Geográfica para o Café de Mandaguari. Ele também é o vice-coordenador do Fórum Origens Paraná e garante que o evento tem cumprido os objetivos, principalmente no que diz respeito a oportunizar o contato com outras regiões que contam com IG.
“Com o Fórum, queremos levar nossos produtos e trocar experiências com outros produtores, pensando em como podemos continuar melhorando a produção paranaense. Essa missão técnica nos traz, também, a chance de conhecermos outras regiões, ver as diferentes maneiras de trabalho de cada um. Termos o encontro aqui em Bituruna e em outras regiões do Estado faz com que a gente retorne para casa com novas ideias”, pontua.