m entrevista exclusiva ao programa CoopCafé, no quadro “Cooperando Com as Finanças”, a especialista em finanças Myrian Lund fez uma análise do cenário econômico para 2025 e destacou o papel das cooperativas de crédito. Confira os principais pontos da conversa:
CoopCafé: Como a senhora avalia o cenário econômico para 2025?
Myrian Lund: O cenário que se aproxima é de dólar alto e taxa de juros elevada, uma situação que não deve mudar facilmente. Para haver mudança, seria necessária uma disposição do governo em efetivar a redução de gastos, o que ainda não está definido. O mercado está minimizando isso, tratando como um problema apenas do mercado financeiro, mas na verdade é uma questão de confiança no país. Quando se gasta mais do que arrecada, temos um problema real que não pode ser ignorado.
R: Qual o impacto dessa situação no mercado de crédito?
ML: Os bancos estão restringindo créditos, especialmente para micro, pequenas e médias empresas. Em momentos de incerteza, eles reduzem ou até mesmo cortam linhas de crédito para esses segmentos. É nesse contexto que vejo uma grande oportunidade para o cooperativismo de crédito em 2025.
R: Por que a senhora considera 2025 e 2026 como “os anos das cooperativas de crédito”?
ML: As cooperativas de crédito tendem a crescer em períodos de crise porque têm um olhar diferenciado. Elas focam no segmento, nas pessoas e na região onde atuam. É uma abordagem mais humanizada, diferente dos bancos tradicionais. Além do benefício recente da reforma tributária, que manteve o ato cooperativo, o setor deve crescer porque as pessoas estão percebendo mais claramente as vantagens do cooperativismo.
R: A senhora tem observado essa tendência na prática?
ML: Sim, especialmente no setor empresarial. Tenho sido procurada por empresas que enfrentam restrições absurdas de crédito, inclusive em repasses, com exigências de garantias excessivas. As cooperativas estão hoje muito bem estruturadas para lidar com riscos maiores, focando no cooperado e analisando atentamente o potencial de cada um.
R: Quais são suas recomendações para o final de 2024 e início de 2025?
ML: Primeiro, evitar ao máximo fazer parcelamentos, seja no cartão de crédito ou em impostos como IPTU e IPVA. Cada parcela compromete o poder de compra futuro. Também recomendo não deixar dívidas de Natal para o ano seguinte, pois 2025 será um ano mais desafiador, com tendência de alta na inflação devido à valorização do dólar, que impacta desde produtos agrícolas até combustíveis.
R: E para quem precisa de crédito, qual a orientação?
ML: Assim, se precisar de empréstimo, procure com pelo menos 10 dias de antecedência. Isso permite uma melhor análise de crédito e possibilidade de taxas mais baixas. Deixar para última hora significa pegar a “taxa balcão”, que geralmente não é a melhor opção. Também é fundamental fazer um planejamento financeiro detalhado, anotando todas as despesas para encontrar o melhor caminho para lidar com os gastos do início do ano.
Em resumo, a especialista concluiu ressaltando a importância do planejamento antecipado, especialmente considerando as despesas típicas do início do ano, como IPTU, IPVA e volta às aulas, reforçando que o momento de se preparar é agora, antes que os desafios se apresentem.