O Queijo Minas Artesanal agora é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A UNESCO. anunciou a decisão no início de dezembro. Assim, o resultado marca o trabalho árduo de gerações de produtores, muitos organizados em cooperativas que mantêm viva a essência e a qualidade deste tesouro gastronômico.
Afinal, trata-se de um produto de personalidade própria. Isto porque o queijo minas artesanal resulta de métodos tradicionais de produção, que remontam ao século XVIII e são passados de geração em geração.
Feito a partir do leite cru, a produção do Queijo Minas Artesanal conta com produtores espalhados em 106 municípios mineiros, envolvendo diretamente centenas de famílias e cooperativas que desempenham um papel fundamental na preservação dessa herança cultural.
As cooperativas e o Queijo Minas Artesanal
As cooperativas de produtores de queijo em Minas Gerais mantém a tradição. Organizações como a Cooperativa dos Produtores de Queijo da Canastra (COOPCAN) e outras espalhadas pelo estado atuam como guardiãs das técnicas ancestrais, promovendo a sustentabilidade econômica e social das comunidades envolvidas.
Para muitos produtores, o reconhecimento da UNESCO é um divisor de águas. “Esse título é mais do que uma homenagem, é o reconhecimento de séculos de dedicação ao nosso queijo e à nossa cultura”, afirma João Batista, presidente de uma cooperativa na região do Serro. Ele destaca que a certificação internacional abre portas para novos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior, e reforça a importância de preservar as práticas tradicionais.
Concorrência
Apesar da conquista, os produtores enfrentam problemas significativos. Um deles é a concorrência com queijos industrializados. Além disso, a burocracia para certificações e a necessidade de adaptação às exigências sanitárias sem perder a autenticidade são utros desafios. Assim, as cooperativas têm sido essenciais para superar essas barreiras, oferecendo suporte técnico, capacitação e acesso a mercados.
A cooperativista Maria Aparecida, produtora na Serra da Canastra, destaca que o apoio mútuo entre os produtores é o que mantém viva a tradição. “Aqui, cada pedaço de queijo carrega uma história. Trabalhamos juntos para garantir que essa história continue sendo contada”, diz ela, emocionada.
Impactos do reconhecimento
Com o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, espera-se um aumento na valorização do Queijo Minas Artesanal, tanto em termos de preço quanto de prestígio. Além disso, o reconhecimento deve atrair mais turistas às regiões produtoras, fortalecendo o turismo gastronômico e gerando mais renda para as comunidades locais.