Imagine que você está doente e deve consultar um médico. O médico então precisa confirmar um diagnóstico que exigiria um exame de imagem. Porém, os únicos recursos disponíveis são o tato do médico, ou seja, que ele o examine com as mãos, ou a utilização de um bisturi para abrir a área a ser investigada. Parece absurdo, mas essa era a realidade da medicina há muito anos, realidade longínqua a qual se vive hoje.
Com o passar do tempo, não foram apenas os procedimentos e equipamentos para a realização de exames que sofreram mudanças e evoluíram. O profissional médico também não é mais o mesmo de antigamente. Frente às novas tecnologias e recursos de internet, que garante o fácil acesso da população às informações de saúde, a figura médica precisou acompanhar esse cenário e, hoje, não basta apenas ser o especialista.
No artigo “A Medicina na Passagem do Milênio”, o autor, Joffre Marcondes de Rezende, defende que no século XX, “o progresso da medicina acompanhou de perto o desenvolvimento das demais ciências. Podemos afirmar, sem medo de errar, que a medicina evoluiu mais no século XX do que em toda a história da humanidade. Além do progresso científico, houve, igualmente, uma evolução de conceitos a respeito de saúde e doença; saúde já não é apenas ausência de doença, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e social, conforme definição da Organização Mundial de Saúde”.
A partir dessas mudanças, chegamos ao século XXI com o médico visto não somente como aquele que trata de doenças, mas sim, como alguém a quem se pode confiar histórias, sentimentos e emoções. “O contato mais próximo do médico com o paciente é primordial”, defende o médico patologista, presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Junior, em seu artigo “Saúde Centrada na Pessoa”. Complementa ainda ao escrever que “a saúde do século XXI deve ser pautada em atendimento centrado no paciente, com modelo assistencial que permita o acompanhamento contínuo”.
Tal realidade segue de norte a sul do Brasil e vai além, sendo uma tendência de modelo de assistência mundial. O médico ginecologista, cooperado da Unimed Chapecó e coordenador médico da Maternidade do Hospital Unimed, Cassiano Dal Piva, reforça a tendência ao destacar que, nos dias de hoje, não é permitido que os médicos sejam apenas profissionais técnicos, já que muitos dos problemas e queixas dos pacientes têm um envolvimento psicológico.
“Já passou o tempo em que o médico atendia, dava a orientação e o paciente seguia à risca. Nos dias atuais, o paciente tem muito mais informação, mesmo que sem um filtro para definir o que seria melhor. Então o papel do médico é esclarecer essas dúvidas, orientar seu paciente, dar opções para o mesmo, quando assim o tiver, para que ele se sinta seguro para tomar a conduta orientada”, esclarece Cassiano.
Novo modelo de atendimento
Frente a essas mudanças, a Unimed Chapecó implantou no ano passado um novo modelo de atendimento, na busca de inserir, cada vez mais, o paciente e seu familiar no centro do cuidado e demonstrar o quanto a relação profissional de saúde e paciente é primordial. Está no “Jeito de Atender e Cuidar”, projeto da Unimed Chapecó, a proposta de atendimento com excelência a qual a Cooperativa Médica e seus profissionais estão engajados. Com isso, os termos humanização, empatia e acolhimento, andam lado a lado em busca da satisfação do cliente.
“É um programa para que o paciente se sinta acolhido, bem cuidado e participe do seu processo de cuidado dentro da nossa instituição. Até pouco tempo, medíamos a qualidade de um serviço por meio da experiência e da satisfação de um paciente. Hoje, nossos clientes precisam estar engajados no seu processo de cuidar”, destaca a médica infectologista e diretora hospitalar do Hospital Unimed Chapecó, Carolina Ponzi.
O médico da nova era tem que ter empatia e conseguir chegar até seu paciente por meio do carinho, do contato. É o que defende a médica cooperada da área de Ginecologia e Obstetrícia, Patrícia Oliveira. “Hoje as pessoas estão adoecendo muito mais pelo estresse e pelas suas condições de vida do que pelas doenças que nos preocupavam em outras épocas. O médico tem que ter essa preocupação de saber ser humano”, afirma.
A diretora hospitalar do Hospital Unimed Chapecó ressalta ainda a importância de pequenas atitudes que podem fazer a diferença no tratamento e na recuperação do paciente. “É importante lembrar que um bom dia com um sorriso no rosto, tocar o paciente, conversar, são atitudes tão importantes quanto a parte técnica. Um detalhe que a gente consiga entregar para o paciente, uma gentileza pode mudar o dia dele, aliviar sofrimento, angústia, tensão e estresse, tanto para o paciente quanto para seu familiar”, finaliza Carolina.
Paciente como centro do cuidado
Imagine agora uma segunda situação, comum nas enfermarias de vários hospitais do mundo: um paciente idoso, portador de diabetes, é internado por pneumonia bacteriana. Para o seu tratamento, durante a internação hospitalar, será necessário o uso de antimicrobianos e medicações para controlar o diabetes. “Nesses casos, quando tornamos o paciente o centro do cuidado, percebemos que suas necessidades vão muito além deste tratamento. Este paciente necessita uma abordagem multidisciplinar”, afirma a especialista em Clínica Médica e Medicina Intensiva e coordenadora médica dos setores de internação do Hospital Unimed Chapecó, Laísa Bonzanini.
A médica explica que paciente e família necessitam de uma atenção maior, um cuidado mais completo, voltado às suas necessidades e às suas doenças. Com essa forma diferenciada de cuidado, o médico assistente conduz o tratamento, e, em conjunto com a equipe multidisciplinar, elabora o projeto terapêutico a ser desenvolvido durante a internação deste paciente.
A equipe de enfermagem avalia os riscos assistenciais, planeja todo o cuidado ao paciente e gerencia as demais equipes na execução da prescrição. A fisioterapia acompanha o paciente e realiza sessões de fisioterapia respiratória e motora, com uso de dispositivos se necessário. A nutrição avalia se este paciente está em risco de desnutrição e também as necessidades de calorias e nutrientes que este paciente necessita na sua descompensação, adequando a oferta da dieta às doenças como o diabetes, por exemplo.
A farmácia clínica, por sua vez, ajusta as doses das medicações ao peso e idade do paciente, revisa interações medicamentosas, e alerta para o seguimento de protocolos institucionais. A fonoaudiologia faz uma avaliação da deglutição e do risco de broncoaspiração, a principal causa de pneumonias em idosos. O paciente em questão faz uso de prótese dentária: é necessário a avaliação de um dentista para testar se a prótese está adequada e para orientações de cuidados bucais.
O cuidado multidisciplinar vai além. Muitas vezes, a internação de um idoso, por exemplo, desestabiliza uma família, gerando reações emocionais importantes no paciente e nos familiares, emoções que são avaliadas e conduzidas pela equipe de psicologia. Os profissionais de serviço social atuam na orientação das famílias e de acientes e na facilitação de suas necessidades junto à sociedade. Além disso, existe uma equipe vigilante para prevenção de infecções e para garantir que o antibiótico seja correto e efetivo, a SCIRAS.
O Hospital Unimed Chapecó conta com uma equipe multidisciplinar completa, que se reúne diariamente em diversos setores do hospital, como UTI Adulto, UTI Neonatal e nas Unidades de Internação. Nestes encontros são discutidos e planejados detalhes do projeto terapêutico, elaborado para todos os pacientes com mais de 24 horas de internação, a partir da orientação dos médicos assistentes e dos médicos das unidades, como os médicos intensivistas das UTIs ou hospitalistas.
Além de planejar todo o cuidado da internação, durante as reuniões são avaliados os pacientes com necessidades especiais e com risco de reinternação. Esses são encaminhados para participarem do Programa de Gerenciamento de Crônicos e Complexos, programa da Unimed Chapecó que fornece assistência multidisciplinar na Unimed Chapecó ou domiciliar, conforme a necessidade, aos seus clientes.
“Todo este conjunto de ações garante um atendimento de maior qualidade e mais seguro para o paciente, melhorando o conhecimento sobre a sua doença, sua autonomia e sua satisfação, podendo até reduzir o tempo da sua internação”, pontua Dra. Laísa.
Fonte: Andressa Recchia/Unimed Chapecó