Segundo Charles Gide, a origem da cooperação está na própria humanidade, no seu modo de ser, de viver e de agir diante das necessidades e desafios que permeiam a vida. Assim, na parte central deste tema temos a mutualidade, onde, para fundamentar está analise voltamos no tempo, até chegarmos na teoria da evolução dos seres vivos, onde segundo o teórico evolucionista Peter Kropotkin que, em seu livro Mutualismo: Um Fator de Evolução, defendia uma concepção centrada em torno do que ele viu como o uso generalizado de cooperação como mecanismo de sobrevivência nas sociedades humanas e animais. Ele usou argumentos biológicos e sociológicos em uma tentativa de mostrar que o principal fator para facilitar a evolução é a cooperação entre indivíduos em sociedades e grupos associados livremente.
Há de se reconhecer, contudo, que atualmente vivemos um momento em que a sociedade demonstra que pode construir e estabelecer modelos econômicos e sociais com mais prosperidades e sustentabilidades, neste momento voltamos a atenção para a chamada economia colaborativa, trazendo os interesses da coletividade e da humanidade para o centro da discussão e não do capital, convergindo a isto a doutrina e a pratica cooperativista, como um modelo em uma maturidade crescente e contemporâneo no mercado de negócio global. Por certo, a utilização do cooperativismo como ferramenta e instrumento de desenvolvimento local é assegurar a formação de um círculo virtuoso na geração de riquezas e renda para a comunidade, ou seja, o reinvestimento produz novas riquezas nas próprias comunidades.
Hoje, generalizadamente temos todo Estado do Rio de Janeiro e todo o mundo está passando por dificuldades não somente centradas da saúde, referenciando a pandemia que estamos vivenciando, mais já estabelecendo impactos constantes na economia, sociedade e organizações, neste momento é importante e necessário o investimento na pessoas, na população e no social, as cooperativas devem ser olhadas como uma solução para as instituições públicas, oferecendo construção de soluções com princípios, qualidade e preços justos, concomitante com o investimento em pessoas e não em capital, alinhado assim com os valores e princípios cooperativistas.
Nesse panorama, é muito importante refletir nossos hábitos diários, pois privilegiar os nossos negócios locais tem fundamental importância para que o recurso retorne para o ciclo econômico-financeiro da comunidade local e, assim, gerando mais negócios e mais fomento para toda a comunidade, perfazendo, desse modo, o princípio referente ao interesse pela comunidade, fazendo a sua parte na missão de auxiliar o governo em maximizar a distribuição de riquezas, retirando esses recursos dos grandes capitais financeiros e repassando para uma maior parte de cidadãos e para a comunidade.
As cooperativas desempenham uma função basilar na proteção dos seus associados, o amparo à vida financeira é feito através de produtos e serviços customizados para seu público e em geral protege contra os três riscos sociais. Não obstante, é possível ver o mesmo ciclo, cooperado, recurso e comunidade. O cooperado contrata o produto, que traz recursos para cooperativa e depois volta para a comunidade.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” Na frase proferida por Leon C. Megginson, professor da Louisiana State University, num discurso em 1963, onde apresentava a sua interpretação da ideia central de “A Origem das Espécies” de Charles Darwins, deixa claro que com essa pandemia as nossas relações vão sofrer profundas mudanças e a adaptação será fundamental para a sobrevivência das instituições públicas.
Pietro Ubaldi disse: “O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir.” E são nestes momentos que os princípios do cooperativismo podem ser um ótimo exemplo a seguir.
Esta ideia passa pelos princípios de gestão democrática, participação econômica e interesse pela comunidade fazendo assim a nossa parte na intensa luta diária de conquistar o bem-estar da população a qual estamos inseridos, renovando assim o senso de pertencimento da população e a sua participação na evolução e solução de problemas de suas comunidades, diante disso, acredito que parcerias e trabalhos em conjunto nos três níveis: municipal, estatual e federal, conforme declarado na Constituição Federal de 1988, Art. 174,§ 2º – A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo, inegavelmente acrescentaria virtudes no desenvolvimento de comunidades sustentáveis, na geração de renda agregada e no bem-estar das comunidades.
“Os sonhos continuam a prosperar aqui.”