Os restaurantes e estabelecimentos do Rio de Janeiro podem ter sentido a perda de clientes presenciais por causa da pandemia do novo coronavírus, mas viram uma parte desse fluxo retornar na forma de pedidos de delivery. Pelo menos é o que indica uma pesquisa com os empreendedores da região, que registraram um aumento próximo a 400% do número de pedidos nessa modalidade de venda.
É claro que a pandemia do novo coronavírus teria um impacto significativo em nossa sociedade. Desde a maneira como nos vestimos e hábitos de higiene, até a nossa economia, foram profundamente impactados pela presença do vírus, uma vez que a melhor maneira de combatê-lo ainda é o isolamento entre as pessoas. Afinal, quanto mais isoladas, menos chances do vírus se movimentar e mais fácil é de eliminá-lo de uma sociedade.
Claro que fazer isso em uma escala global, nacional ou mesmo estadual é muito difícil. No entanto, já existem algumas cidades que não registram novos casos há algum tempo, o que mostra que dá para fazer em escalas menores.
No entanto, uma das dificuldades para manter esse isolamento tem sido as necessidades básicas das pessoas, como obter comida, trabalhar, comprar itens de primeira necessidade para a casa e muito mais.
Como sair de casa é arriscado, a possibilidade para poder obter esse tipo de produtos e serviços é o Rappi Rio de Janeiro, um dos aplicativos de entrega mais populares da cidade, além de outros também.
Uma das vantagens do Rappi em relação a outros aplicativos é que ele não entrega somente comida de restaurante, mas também uma série de outros produtos. Para começar, o app (que é originário da Colômbia) foi o primeiro a chegar ao Brasil com a possibilidade de fazer pedidos de farmácia ou supermercados.
Nessa pandemia, é justamente o número de pedidos em farmácias e supermercados que têm atuado como motor do crescimento de demanda em aplicativos de entrega. Não que os restaurantes e bares não estão recebendo mais pedidos por essas vias (estão!), mas é que a maior parte do volume de crescimento vem justamente das farmácias e supermercados.
No entanto, se outros aplicativos já copiaram a tática e também já oferecem serviço de supermercado e farmácia, o Rappi foi mais além e também já permite que o consumidor faça todo tipo de compras em seu app. Dá para comprar eletrônicos, flores, brinquedos e todo tipo de produto que seja possível um entregador carregar de moto ou bicicleta.
Além disso, o Rappi também funciona com um sistema de entrega de dinheiro (o usuário transfere para o app, que envia ao entregador para sacar no caixa eletrônico) e também com um sistema em que o entregador realiza uma tarefa específica para o contratante (como entregar um documento em algum lugar).
Com tantas funções diferentes, não é de se espantar que o aplicativo seja um dos líderes no aumento de pedidos na cidade de Rio de Janeiro.
No entanto, como era esperado, essa demanda extra gera também algumas questões em específico para quem trabalha com o delivery, seja os entregadores, seja as empresas que vendem nos aplicativos.
A primeira questão é em relação ao prazo das entregas. Quanto mais gente pede, mais difícil é manter um prazo curto, o que faz com que as entregas tenham aumentado o período de espera. Atualmente, é preciso aguardar por algumas horas para poder receber o pedido feito em um supermercado, isso quando a entrega não fica agendada para o dia seguinte, já que não havia tempo hábil para o trabalho naquele dia.
O mesmo vale para restaurantes, embora em uma escala menor. Se antes eles levavam ao redor de 30 minutos para finalizar um prato e enviar pelo entregador, agora não é incomum que o mesmo prato leve um pouco mais de tempo para ser finalizado, já que a demanda subiu consideravelmente.
Para os entregadores, isso significa mais faturamento, claro, mas também um aumento maior na demanda de trabalho. Na prática, isso pode acarretar algumas consequências negativas, como burnout e maior risco de acidentes, já que os profissionais estão mais tempo rodando.
Por isso, muitos entregadores já iniciaram uma campanha em busca de mudança na legislação envolvendo o setor, inclusive com um pedido de projeto de lei para ser apreciado no Congresso Nacional.
O futuro do delivery no Rio de Janeiro ou em qualquer outra cidade do mundo ainda está no ar para ser decidido. No entanto, conforme o tempo passa e a tecnologia se torna mais e mais presente no dia a dia da sociedade, parece cada vez mais lógico que o delivery terá função essencial no empreendedorismo pós-pandemia. E, portanto, que as empresas da área precisarão se adaptar para um mercado diferente.
No Rio de Janeiro, essa tendência só parece estar um pouco mais acelerada do que em outras cidades, especialmente do interior. No entanto, o futuro parece inevitável e chegará para todos.