O tomate híbrido conhecido como BRS Sena começa apresentar bons resultados na pesquisa promovida pela Embrapa e a cooperativa Pindorama, de Coruripe (AL). A primeira colheita chegou a 70 toneladas por hectare.
Essa quantidade é bem maior do que a média do estado do Alagoas. E mais qualificada. Sobretudo porque esse tomate híbrido é mais resistente a fungos e bactérias. Também pode ser plantado em regiões cuja temperatura varia entre 25 a 35 graus.
Antes de ser testado no nordeste brasileiro, o tomate híbrido já era cultivado para fins comerciais em Goiás e Minas Gerais. A Embrapa fornece as sementes desde 2010. E também dá assistência para o plantio piloto.
De acordo com Klecio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama, a parceria com a Embrapa tende a gerar bons negócios para os agricultores da região:
“A tecnologia implementada pelo órgão tem feito com que o homem do campo vença as adversidades e alcance novas conquistas. Quanto mais produtos de qualidade no mercado, maior será a geração de emprego e renda. E o brasileiro terá uma alimentação mais segura, saudável e nutritiva”, ressalta Santos.
Todavia, o IBGE informa que o Brasil produziu mais de 3 milhões e 700 mil toneladas de tomate em 2020. Além disso, o valor arrecadado ultrapassa os R$ 6 bilhões. Mas apesar de a produção aumentar desde 2017, a expectativa para este ano é de queda de 7,9% da safra de tomate.
Pesquisas do tomate híbrido
Porém, os produtores alagoanos pretendem reverter este quadro. O Estado importa de outras unidades da federação mais de 80% do tomate. Alagoas também depende de hortaliças produzidas na Bahia, Pernambuco e até mesmo no Distrito Federal.
Apesar das dificuldades, a engenheira agrônoma do Embrapa Hortaliças, Flávia Teixeira, acredita que os experimentos em execução conseguirão atrair mais parceiros do setor produtivo. A ideia é formalizar novas parcerias para a avaliação de outras variedades com características diferenciadas, impulsionando a produção de hortaliças no estado e no Nordeste.
Mesma opinião é a do chefe-geral da unidade da Embrapa alimentos em Maceió, João Flávio Veloso:
“Certamente outras inovações virão, e quem ganha com isso são os produtores e os consumidores de alimentos”, concluiu.
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