A intercooperação e os caminhos e perspectivas da economia brasileira foram o principal foco dos debates no segundo dia de programação da 14ª edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), no Centro de Convenções de Pernambuco. O economista Fabio Giambiagi, referência nas áreas de finanças públicas e Previdência Social, e o educador financeiro e comentarista Luís Artur Nogueira, debateram o tema.
De acordo com Giambiagi o Brasil precisa direcionar seus esforços para uma ‘grande pactuação’. Acordos políticos, obtidos através de diálogos mais efetivos, vão ajudar o país a sair da estagnação em que se encontra efrear a atual polarização nacional.
De acordo com ele, essa pactuação precisa estar focada em cinco objetivos: uma nova regra para o teto de gastos (no caso, para torná-lo mais flexível e não tão rígido); medidas de ajuste que sejam capazes de limitar e controlar os gastos diante dessa nova regra para o teto; redução da carga tributária; aumento do investimento público e a implementação de novos programas sociais que deem conta de abranger grupos sociais menos favorecidos, como, por exemplo, os trabalhadores informais.
Obstáculos
Já Nogueira disse que o Brasil precisa enfrentar, em curto prazo, quatro obstáculos bem pontua. Juntos, eles atrasam o desenvolvimento econômico nacional. São a inflação alta, o dólar alto e o desemprego.
“As cooperativas têm um papel predominante nesse cenário, especialmente no sentido de colaborar com a ruptura desse movimento de estagnação do mercado. E isso pode ser feito, por exemplo, com a oferta de crédito com melhores condições e juros para aqueles que precisam, diferente do que acontece com os bancos tradicionais”, mencionou.
Intercooperação e espaço jovem

Com quase 10% de representação no Sistema Financeiro Nacional, o cooperaivismo de crédito tem crescido exponencialmente nos últimos anos. A expectativa é a de ganhar ainda mais representatividade em um novo cenário.
Assim, a agenda do Concred também incluiu debates sobre os principais desafios envolvendo a intercooperação do sistema. Sobretudo a forma e como isso pode contribuir para fortalecer todo o cooperativismo financeiro no país. Essa é uma demanda antiga do setor. Assim, pode levar à busca de soluções coletivas para atrair mais cooperados.
“Temos que buscar eficiência, para oferecer menor preço e bons produtos”, reforçou o presidente da Confebras, Moacir Krambeck, que também preside o Conselho de Administração do Sistema Ailos.
Outro destaque foi lançamento da Cartilha “Retenção de riqueza no município: relação entre Prefeitura e Cooperativa de Crédito”, de Alessandro Chaves e Lúcio Faria. Na ocasião, outras duas obras também foram relançadas: “Saberes: inovação, relacionamento e governança nas cooperativas Cresol”, de Cledir Magri, e “Gestão e Análise de Crédito nas Instituições Financeiras Cooperativas”, de Euder Lopes.