A produção de café em Minas Gerais sofre, principalmente em lavouras sem seguro contra chuvas.. Em audiência na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (6), produtores solicitaram mais recursos para o setor e um seguro que seja efetivo, com participação do governo.
Na audiência, parlamentares receberam a informação de que na área da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), por exemplo, o granizo que caiu em outubro e em novembro atingiu mais de 28 mil hectares e afetou mais de 2,7 mil produtores cooperados.
De acordo com o gerente de Desenvolvimento Técnico da cooperativa, Mário de Araújo, pelo menos 230 mil sacas de café foram perdidas. Em algumas propriedades, disse, foi como se tivesse caído “uma bomba em cima da lavoura”.
O deputado Emidinho Madeira (PL-MG), que sugeriu o debate, anunciou que já tem reuniões agendadas para tratar do assunto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e no Banco do Brasil.
Seguro contra chuvas
De acordo com o Head de sinistros da Seguradora Sombrero, Daniel Pauli, o há sete cuidados necessários para obter seguro contra chuvas ou outros sinistros que prejudicam a produção. Porém, ele alerta para risco de perda do seguro caso os passos não sejam seguidos no tempo certo.
As orientações envolvem basicamente cuidados necessários no passo a passo a ser cumprido pelos envolvidos, desde a comunicação até o pagamento.
“Já tivemos casos em que a indenização foi paga em três dias, mas para isso é preciso que sejam cumpridos alguns requisitos”, orienta Pauli.
Confira na lista a seguir:
1 – Comunicação em todos os passos
A palavra-chave para que o sinistro seja atendido de forma adequada é comunicação. A orientação de Pauli é que sempre que ocorrer um evento coberto pela apólice, o corretor responsável ou a própria seguradora devem ser avisados com tempestividade. “É onde tudo começa! A tempestividade e exatidão do comunicado são cruciais para o sucesso das próximas etapas e eficiência no atendimento ao segurado”, explica.
2 – É preciso ser ágil
Não basta comunicar, é preciso ter em mente que possíveis problemas causados pelo clima, por exemplo, precisam ser confirmados logo em seguida em que ocorrem. Depois de avisada, a seguradora enviará um perito para ir ao local da lavoura e verificar in loco como um granizo, a estiagem ou outra intempérie afetaram o desenvolvimento daquela cultura.
3 – Não deixe espaço para dúvidas
Pauli reitera que os peritos são orientados a esclarecer todas as dúvidas técnicas, sobre os procedimentos de vistoria, dos produtores na hora das visitas de campo. Por isso, é recomendado que os segurados acompanhem as vistorias e façam todos os questionamentos em relação às informações que o perito registrou em seu relatório. “Não saia da lavoura sem sanar todas as dúvidas referente a vistoria”, recomenda o head da Sombrero.
4- Não inicie a colheita ou qualquer alteração na área antes da visita ou autorização do perito/seguradora
O especialista lembra que o sinistro é a combinação da ocorrência de um evento coberto pela apólice e seus danos correlacionados. “Comunicar um evento climático, de forma intempestiva, só no momento da colheita, pode fazer o cliente até mesmo perder o direito à indenização. Esse timing é um dos pontos mais importantes”, elenca Pauli.
5- Entender o produto contratado
A disponibilidade de diferentes modalidades de seguro rural é uma vantagem para produtores rurais, mas aponta para a necessidade de saber o que está se contratando. “Quando for comunicar o sinistro, é importante que o produtor releia as condições gerais do seguro contratado e entenda, de forma detalhada, todas as regras do jogo. Nesse momento, ele pode procurar seu corretor para auxiliar no entendimechuvanto e esclarecimento de eventuais dúvidas”, aconselha.
6- Sempre comunicar alterações
É comum que na hora de colocar em prática o planejamento feito para o ano-safra, ocorram mudanças. Por exemplo, em vez de plantar 100 hectares de soja, o plantio ocorreu em apenas 95 hectares, semeados uma semana antes do previsto inicialmente. Essas alterações, por menores que sejam, precisam ser comunicadas. O corretor solicitará à seguradora a realização de um “endosso” para ajustar as informações da apólice com a realidade do campo.
7 – Mantenha seus dados atualizados
Mantenha sempre em dia seus contatos (telefone e e-mail) atualizados. Informe corretamente no momento do sinistro, porque isso vai facilitar a comunicação entre todos os envolvidos no atendimento.