A seca no Pantanal será o próxmo problema climático que cooperativas localizadas no Pantanal e no Cerrado deverão enfrentar. A previsão foi anunciada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em coletiva no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. Entretanto, ela destacou as ações emergenciais do governo federal para mitigar os efeitos da seca em regiões críticas do Brasil. A preocupação surge após a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram destruição e perdas significativas.
Marina Silva enfatizou que o país enfrenta uma série de eventos climáticos extremos, como as chuvas intensas no Rio Grande do Sul, e alertou para a possibilidade de secas severas no centro-oeste e outras regiões. “Podemos esperar um evento climático tão extremo quanto as chuvas no Rio Grande do Sul, mas agora decorrente da seca no centro-oeste ou em outras regiões do Brasil”, afirmou a ministra.
A seca no Pantanal
A seca prolongada, exacerbada pelo fenômeno El Niño, tem causado acúmulo de matéria orgânica no Pantanal, aumentando o risco de incêndios subterrâneos. “Nós temos uma frente de incêndio no Pantanal que praticamente não cessou, são incêndios subterrâneos de trufa, muito difíceis de controlar”, explicou Marina Silva.
Para enfrentar esses desafios, Marina disse que o governo está trabalhando em várias frentes. A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica hídrica em toda a bacia do Rio Paraguai, uma medida inédita. “Nós já tínhamos o reconhecimento de escassez hídrica no Rio Madeira e no Rio Paraná, mas é a primeira vez que a ANA coloca essa escassez antecipadamente na bacia do Rio Paraguai”, destacou a ministra.
O governo federal, através do Fundo Amazônia, destinou mais de 47 milhões de reais para fortalecer o Corpo de Bombeiros e outras instituições envolvidas na prevenção e combate aos incêndios florestais. “Estamos trabalhando com a possibilidade de termos recursos extraordinários, meios extraordinários e ações legais também extraordinárias, inclusive para contratação de brigadistas”, afirmou Marina Silva.
Embrapa confirma prejuízos para o agro
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também forneceu dados alarmantes sobre a seca no Brasil. Segundo a Embrapa, a estiagem severa afeta diretamente a produção agrícola, com perdas significativas nas lavouras e impactos econômicos profundos. Além disso, a seca contribui para o aumento dos incêndios florestais, que devastam vastas áreas de vegetação nativa.
Os efeitos combinados da mudança climática e dos fenômenos naturais têm potencializado a frequência e a intensidade dos eventos extremos no Brasil. “O que temos no Rio Grande do Sul é uma mistura de fenômeno natural com a potencialização da mudança climática, e o mesmo está acontecendo no Pantanal, na Amazônia e na Caatinga”, concluiu a ministra.
O governo brasileiro está ciente dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e está implementando medidas para mitigar os impactos da seca e dos incêndios florestais. As ações emergenciais e os recursos destinados às regiões afetadas são passos importantes para proteger o meio ambiente e as comunidades locais. No entanto, é crucial que essas medidas sejam acompanhadas de políticas de longo prazo para garantir a sustentabilidade e a resiliência ambiental do país.