No Dia do Meio Ambiente, celebado pela ONU em 5 de junho, A Prolata Reciclagem lança o programa “Adote uma Cooperativa” de reciclagem nas cinco regiões do Brasil. O objetivo é levantar doações e prestar apoio de forma recorrente ou pontual a um ou mais grupos de catadores de materiais recicláveis parceiros da entidade.
Em uma das ações comemorativas, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, associou as ações de proteção ambiental ao ato de salvar vidas. Ela lembrou a tragédia do Rio Grande do Sul em seu pronunciamento em cadeia nacional no dia 4:
“Eventos climáticos extremos, como as chuvas no Sul, ilustram bem a relação entre o equilíbrio ambiental e as nossas vidas. A situação atual exige não só consciência, mas ação imediata. O governo agiu rapidamente em diferentes frentes, em parceria com o estado e os municípios, para cuidar das pessoas, comunidades e empresas”, disse a ministra.
Marina anunciou a criação de novas unidades de conservação e uso sustentável de florestas, recuperação de áreas degradadas e combate ao desmatamento e incêndios.
Cooperativismo e o meio ambiente
E o cooperativismo faz a sua parte. Por exemplo, a Unicred continua o seu programa para ajuda aos afetados pelas enchentes no RS. No Rio de Janeiro, a Prolata coletou 7.124,79 toneladas de latas de aço pós-consumo em 20 municípios.
Enquanto isso, o 15º Congresso Brasileiro de Cooperativismo debateu intensamente a questão ambiental. Momentos foram dedicados a atenção ao Sul brasileiro, afetado pelas chuvas que destruíram 80% do RS. O grupo de trabalho responsável pelas propostas ESG produziu metas ambientais para os próximos cinco anos do movimento cooperativista nacional.
Já o Instituto Unimed, braço socioambiental da Unimed Goiânia, realiza no dia 7 de junho a 6ª edição da Feira Criativa. Assim, o objetivo é incentivar o empreendedorismo local e criar recursos para causas socioambientais. O evento acontece das 16h às 21h, no estacionamento da cooperativa, localizado na Rua T-28, número 319, no Setor Bueno.
No Paraná, a Prefeitura de São José dos Pinhais criou o programa Olho no Óleo, nome semelhante ao de uma ação em Bombinhas, Santa Catarina. Essas e outras iniciativas governamentais, aliadas com ações privadas realizadas por empresas de reciclagem e produtores de óleo vegetal, são exemplos de como o tema da reciclagem do produto usado vem ganhando mais relevância no Brasil.
Gestão
Já o 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos, evento realizado de 7 a 10 de maio na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), reforçou a participação de cooperativas. Elcires Pimenta, coordenador técnico do MBA em Saneamento Ambiental da FESPSP, enfatizou a necessidade de mais investimentos em capacitação técnica:
“O estado de São Paulo teve uma capacidade muito grande de capacitar [gestores e executores dos planos municipais de resíduos], mas perdemos essa aptidão. Sem capacitação, podemos criar nossos consórcios, mas não vão ter capacidade para gerir esses contratos de concessão, não vão ter capacidade de acompanhar uma discussão de reequilíbrio econômico-financeiro [dos contratos]”, comentou Pimenta.
Azevedo informou que a Semil deve lançar em breve um programa de capacitação em gestão de resíduos sólidos. A adesão dos municípios à iniciativa será voluntária e dirigida a gestores públicos e de cooperativas. “Há municípios sem legislação específica de gestão de resíduos. Que ainda não conseguiram identificar quem é o grande gerador de resíduos naqueles municípios”, observou.
A preocupação do cooperativismo com o ambiente está presente nos conteúdos programados para as comemorações do Dia C em todos os estados. Vale lembrar que no Painel coordenado pelo Sistema OCB na COP 28 em 2023 reafirmou o protagonismo do modelo de negócios cooperativistas no crescimento sustentável.
Congreso de verde
Após ficar em evidência no noticiário ambiental por conta de propostas legislativas como a que privatiza praias, entre outras, o Congresso Nacional recebe projeção de frases e imagens nesta quarta-feira (5), das 19h às 23h, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Desta vez, o tema da campanha é “restauração da terra, desertificação e resiliência à seca”. Além das projeções, os prédios da Câmara e do Senado ficarão iluminados de verde.
Trata-se de uma campanha mundial coordenada pelo Programa para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU). A intenção neste ano é denunciar a acelerada degradação da terra, provocada especialmente pelo consumo e pela agricultura insustentáveis e pela poluição.
Dados do órgão revelam que a degradação da terra afeta negativamente 3,2 bilhões de pessoas. As comunidades rurais, os pequenos agricultores e os extremamente pobres são os mais atingidos.
As ações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente vão mostrar que ainda é possível restaurar a terra, por meio do plantio de árvores, do manejo sustentável na agricultura, da redução de poluentes e da recuperação de fontes de água. De acordo com a ONU, cada dólar investido em restauração pode trazer até US$ 30 em serviços ecossistêmicos. Desse modo, a restauração aumentam os meios de subsistência, a resiliência a condições climáticas extremas e reduz a pobreza.
De acordo com as projeções da entidade, restaurar apenas 15% da terra e interromper novas degradações poderia evitar até 60% das extinções de espécies ameaçadas.
Marina Silva também falou da COP 30, evento mundial que será realizado em Belém (PA). “Vamos fazer a diferença e mostrar que estamos unidos para construir um futuro ecologicamente sustentável e criar um ciclo de prosperidade em benefício de todos os brasileiros e brasileiras, com democracia, redução das desigualdades sociais, respeito à diversidade e sustentabilidade”, disse.