Em um mundo cada vez mais digitalizado, o descarte adequado de equipamentos eletrônicos tornou-se um desafio urbano crucial. Neste cenário, as cooperativas emergem como atores fundamentais na gestão do lixo eletrônico, promovendo não apenas a reciclagem, mas também a conscientização ambiental e a segurança de dados.
A Coopermiti, cooperativa pioneira na reciclagem de lixo eletrônico em São Paulo, apresenta dados animadores que refletem uma crescente conscientização sobre o descarte ecológico de aparelhos eletrônicos. No primeiro semestre de 2024, a cooperativa recebeu mais de 525 mil quilos de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE), mais que dobrando o volume em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 222 mil quilos.
Alex Pereira, presidente da Coopermiti, destaca a importância desse aumento: “Há 15 anos a Coopermiti realiza campanhas de conscientização sobre a importância do descarte para equipamentos eletrônicos quebrados ou sem uso. Hoje, este tema é ainda mais importante, a tecnologia está por toda parte e o volume de lixo eletrônico aumentou muito.”
As coops e o lixo eletrônico
A relevância das cooperativas na gestão do e-lixo se manifesta em várias frentes:
- Prevenção da contaminação ambiental: O descarte inadequado de eletrônicos pode liberar substâncias tóxicas no solo. As cooperativas garantem que esses materiais sejam processados de forma segura.
- Reaproveitamento de materiais: Através da reciclagem, as cooperativas contribuem para a economia circular, reintroduzindo materiais valiosos na cadeia produtiva e reduzindo a necessidade de extração de novos recursos naturais.
- Segurança de dados: Cooperativas como a Coopermiti oferecem serviços de destruição segura de dados, fornecendo laudos que atestam a eliminação completa de informações sensíveis contidas em dispositivos descartados.
- Educação e conscientização: As cooperativas desempenham um papel crucial na educação do público sobre a importância do descarte correto de eletrônicos.
- Geração de empregos: As cooperativas criam oportunidades de trabalho no setor de reciclagem, contribuindo para a economia local.
Pereira ressalta que mais da metade dos eletrônicos recebidos pela Coopermiti são enviados por empresas conscientes da importância da segurança cibernética, inclusive no processo de descarte. Ele enfatiza que esta prática deve se estender também ao âmbito doméstico: “Deixar os equipamentos guardados é tão inseguro quanto jogá-los na rua, o destino mais seguro é realmente o descarte ecológico com laudo de destruição de dados”.
Como descartar
Para facilitar o descarte correto, a cidade de São Paulo disponibiliza postos de coleta específicos em diversos locais, como subprefeituras, faculdades e escolas. Esta iniciativa, em parceria com cooperativas como a Coopermiti, torna o processo de reciclagem mais acessível aos cidadãos.
O aumento expressivo no volume de lixo eletrônico reciclado pela Coopermiti é um indicador positivo da crescente conscientização pública. No entanto, também serve como um lembrete da quantidade massiva de resíduos eletrônicos gerados em nossa sociedade tecnológica.
À medida que a quantidade de dispositivos eletrônicos continua a crescer, o papel das cooperativas na gestão responsável desses resíduos torna-se cada vez mais crucial. Elas não apenas contribuem para a proteção do meio ambiente e a conservação de recursos naturais, mas também promovem a segurança de dados e a economia circular.
O exemplo da Coopermiti em São Paulo demonstra como as cooperativas podem liderar o caminho para uma gestão mais sustentável e responsável do lixo eletrônico. Com o apoio contínuo da comunidade e das autoridades, essas organizações têm o potencial de transformar um desafio ambiental em uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável e a inovação social.