A Economia Circular e o seu desenvolvimento é um dos tópicos do Acordo de Cooperação assinado entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Agora, surge uma oportunidade única para integrar o cooperativismo ao tema. Isto porque envolve a infraestrutura e impulsiona o desenvolvimento regional de forma inovadora.
Assinado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, e pelo ministro do MIDR, Waldez Góes, o acordo estabelece ações conjuntas em seis eixos fundamentais: infraestrutura, economia circular, bioeconomia, fundos, energia e saúde. Entre eles, destacam-se as oportunidades para fortalecer a economia circular e o papel do cooperativismo na construção de uma infraestrutura mais sustentável e inclusiva.
No eixo de economia circular, o acordo prevê o levantamento de oportunidades para a indústria na regionalização de programas e regulações públicas. Essa abordagem se conecta diretamente ao modelo cooperativo. Inclusive devido à sua natureza, que valoriza a gestão compartilhada de recursos, a redução de desperdícios e a geração de valor local. Já no eixo de infraestrutura, o foco está no desenvolvimento produtivo em áreas estratégicas. Por exemplo, no entorno do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), onde cooperativas podem desempenhar um papel crucial na execução de projetos que beneficiem comunidades locais.
Cooperativismo e Economia Circular: uma relação natural
A economia circular, que busca eliminar o conceito de desperdício ao transformar resíduos em novos recursos, encontra no cooperativismo um aliado natural. Cooperativas de reciclagem, por exemplo, já são protagonistas na gestão de resíduos sólidos urbanos. Elas promovem inclusão social e geração de renda para catadores e comunidades vulneráveis. Com o apoio do acordo entre CNI e MIDR, essas iniciativas podem ser ampliadas e integradas em políticas públicas regionais, fortalecendo a transição para uma economia mais sustentável.
Além disso, o acordo prevê a construção de bases de dados e estudos para identificar oportunidades de desenvolvimento industrial com base na economia circular. Essa etapa é essencial para que cooperativas possam acessar linhas de crédito específicas. Entre essas linhas o acordo inclui os Fundos Constitucionais de Financiamento (FNE, FNO e FCO). O acesso a esses recursos permitirá que cooperativas invistam em tecnologias e práticas inovadoras. Entre elas, o reaproveitamento de resíduos industriais e a produção de energia renovável.
Infraestrutura e Crédito: Alavancas para o Desenvolvimento Cooperativo
O eixo de infraestrutura traz outra dimensão importante para o cooperativismo. Investimentos em infraestrutura, especialmente em regiões como o Norte e o Nordeste, podem ser potencializados por meio de parcerias com cooperativas locais. Essas organizações têm a capacidade de mobilizar comunidades, gerar empregos e assegurar que os benefícios dos projetos sejam distribuídos de forma equitativa.
Por outro lado, o acesso ao crédito, facilitado pelos fundos constitucionais e outras linhas de financiamento identificadas no acordo, é um elemento-chave para que cooperativas possam expandir suas atividades e adotar práticas alinhadas aos princípios da economia circular. Essa integração entre crédito e infraestrutura cria um ciclo virtuoso que impulsiona o desenvolvimento regional de forma sustentável e inclusiva.
Um Futuro Sustentável e Colaborativo
A parceria entre a CNI e o MIDR representa um marco importante para o fortalecimento do cooperativismo e da economia circular no Brasil. Ao integrar esses dois pilares em um plano estratégico de desenvolvimento regional, o acordo oferece uma visão de futuro que combina inovação, sustentabilidade e inclusão social.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que o objetivo central do acordo é tornar a indústria um catalisador do desenvolvimento regional. Essa visão também se aplica ao cooperativismo. O sistema pode ser um motor de transformação econômica e social em regiões prioritárias, como o Norte e o Nordeste.
Com ações concretas nos eixos de economia circular e infraestrutura, o cooperativismo tem a oportunidade de liderar a transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável e colaborativo, no qual o crescimento econômico está alinhado à preservação ambiental e ao bem-estar das comunidades.
Em um momento em que o mundo busca soluções para os desafios da sustentabilidade, o Brasil pode se posicionar como referência, unindo a força do cooperativismo à inovação da economia circular. Esse é o caminho para um futuro mais próspero e equilibrado, onde todos têm a chance de prosperar juntos.