O cooperativismo de plataforma foi um dos temas apresentados no Hacking Rio, festival de cultura digital, que terminou neste domingo e reuniu especialistas em tecnologia, inovação e negócios, no AQWA Corporate, no Rio de Janeiro.
O novo modelo organizacional e cases de sucesso que podem transformar o mercado, com códigos abertos, movimento colaborativo e transparente, foi apresentado pelo superintendente do Sescoop/RJ, Abdul Nasser, que destacou a importância do cooperativismo, presente em 100 países, congregando 1 bilhão de pessoas e gerando mais de 250 milhões de empregos.
Sobre o cooperativismo de plataforma, Nasser citou como exemplos o Resonate, plataforma cooperativa de música por streaming, em que os donos são os usuários, e a remuneração dos artistas é superior ao que é pago por plataformas tradicionais. Outro exemplo foi Stocksy, banco cooperativo de imagens de alta qualidade, com base no compartilhamento justo dos lucros e na copropriedade: todos os fotógrafos têm voz na gestão. E Fairmondo, cooperativa de comércio online em que os funcionários e usuários são os donos.
Nasser também citou o professor Trebor Scholz, idealizador do conceito de cooperativismo de plataforma e autor do livro sobre o tema.
“O professor Trebor Scholz fala que o cooperativismo é o modelo de negócios capaz de tornar mais justas as novas relações de trabalho impostas pelo ubercapitalismo – nova onda capitalista que não oferece direitos e benefícios ao trabalhador, pois visa ao extremo o enriquecimento dos donos dessas plataformas. No cooperativismo, ao contrário, não há exploração de mão de obra e toda a renda é revertida para os cooperados, que são os próprios donos do negócio”, explicou Nasser, que vê o cooperativismo de plataforma pautado em três pilares: educação formal, tecnologia e empreendedorismo.
Compartilhamento
A expressão cooperativismo de plataforma foi criada pelos pesquisadores americanos Trebor Scholz e Nathan Schneider, no livro “Ours to Hack and to Own: The Rise of Platform Cooperativism, A New Vision for the Future of Work and a Fairer Internet”. E, segundo os autores, esse movimento “engloba as mesmas tecnologias da economia de compartilhamento, mas com modelo de propriedade que adere a valores democráticos; incentiva a solidariedade, que é indispensável quando a força de trabalho é distribuída e, muitas vezes, anônima; e ressignifica conceitos como inovação e eficiência, porque visa oferecer benefícios a todos e não à sucção de lucros para poucos.
Fonte: Sistema OCB/RJ