Para ganhar corpo no mercado e chamar a atenção para o investimento em energias renováveis, a inovação tornou-se um diferencial competitivo, de grandes proporções, para as cooperativas de infraestrutura de Pernambuco.
As 12 cooperativas afiliadas à Federação das Cooperativas de Eletrificação e Desenvolvimento Rural do Estado de Pernambuco (Fecoerpe) sobreviviam apenas de projetos subsidiados pelo governo, por meio de plano de eletrificação de zonas rurais. Com o investimento no novo modo de gerar energia, por meio de placas fotovoltaicas, quem faz parte da Fecoerpe vêm ganhando mais oportunidades de trabalho, resultando no fortalecimento de todo o ramo.
A exploração desse novo modelo de negócio representa a sobrevivência da categoria, a preservação de fontes esgotáveis, além de uma economia financeira para quem adere ao projeto alternativo de eletrificação.
A ideia de investir em placas fotovoltaicas surgiu após uma missão de estudos, promovido pelo Sescoop/PE, que levou alguns dirigentes do ramo Infraestrutura até a cidade de Paragominas, localizado no estado do Pará, onde está localizada uma das maiores cooperativas de energia renovável do mundo. O sucesso observado na região cativou os dirigentes das cooperativas pernambucanas ligadas à Fecoerpe. A partir daí, foi montada uma comissão para investir na diversificação da atividade do ramo.
Devido ao clima propício em Pernambuco, onde há forte incidência de sol durante todo o ano, a energia solar era a saída mais prática na busca pela diversificação do trabalho. Com isso em mente, os dirigentes buscaram por parceiros que pudessem agregar valor às cooperativas ligadas à Fecoerpe.
“Dessa busca encontramos a Insole. Ela é uma empresa pernambucana que já financia soluções em energia solar há sete anos. A direção da Insole tem a experiência e nós tínhamos as cooperativas para explorar esse trabalho por todas as regiões do extenso estado de Pernambuco. Então, não demoramos a unificar os trabalhos”, comenta o presidente da Fecoerpe, Jurandi Araújo, que também é titular do Conselho de Administração da OCB/PE.
Sustentabilidade
Confiando nessa parceria, o primeiro cliente a buscar os serviços em energia solar foi o Sistema OCB/PE, que no final de janeiro de 2020 já conta com a rede renovável. Para o presidente da entidade, Malaquias Ancelmo de Oliveira, essa atividade marca um novo ciclo de trabalhos que fará a diferença no estado.
“É uma necessidade alinhar o trabalho cotidiano aos movimentos de sustentabilidade. Com a disponibilidade de sol na nossa região, é natural migrarmos para o aproveitamento das placas fotovoltaicas. Após o laço entre a Insole e a Fecoerpe, vimos que era o momento apropriado para se beneficiar dessa parceria. Desse modo, também convidamos outras cooperativas, para que possam aproveitar a energia solar e fazer do mundo um local cada vez mais sustentável”, destaca Malaquias.
Um dos fatores que ainda afastam o grande público da aplicação da energia renovável é o pensamento de um possível alto custo de investimento. Porém, na visão do diretor da Fecoerpe, Roberto Carlos Silva, essa informação não faz mais parte da realidade. Os custos do material caíram nos últimos anos. Além disso, há planos de pagamento do investimento dentro dos prazos de três, cinco, oito ou 12 anos. Após o pagamento, é possível observar com mais clareza o quanto se economiza em energia.
“No caso do Sistema OCB/PE, que fez um plano de cinco anos, após o fechamento do financiamento, nas cifras de hoje, a entidade estará economizando o valor de R$ 30 mil por ano. Somado a isso, por ser uma energia não poluente, vem também o impacto ambiental positivo, que é um trabalho em respeito aos princípios e valores do cooperativismo. Outro caso parecido é o da cooperativa de ensino na cidade de Limoeiro, o Colégio 3º Milênio. Ao final do financiamento em 12 anos, eles terão livres mais de R$ 144 mil. Valor que pode ser investido no bem-estar dos cooperados e alunos”, exemplifica Carlos.
Essa economia foi comemorada pelo presidente do 3º Milênio, Luis Augusto Amorim. “Como entidade de ensino, nós temos o dever de dar o exemplo de como o trabalho pode viver em harmonia com a sustentabilidade. Esse é um investimento que se paga e de fundamental necessidade nos tempos de hoje. Esperamos que o cooperativismo se aproveite mais dessa ferramenta altamente acessível. Assim, construiremos uma sociedade melhor”, conclui.
Fonte: Diego Ximenes/Sistema OCB/PE