A pandemia do novo coronavírus atingiu níveis inimagináveis em todo o mundo, causando uma comoção imediata em todo o planeta, com as tristes cenas de profissionais de saúde se desdobrando para atender um número cada vez maior de atingidos pela Covid-19. No Brasil, ficou evidente o despreparo da saúde pública e dos governantes para enfrentar tamanha calamidade pública com a competência e a serenidade necessárias.
Enquanto o Governo Federal acenou com um prêmio de consolação para os mais necessitados, com um auxílio emergencial de R$ 600,00, cuja disputa para recebê-lo em frente às agências da Caixa mais parece uma fila para o abate do gado que caminha às cegas para o abatedouro, arriscando-se a se infectar em aglomerações patrocinadas por quem deveria protegê-lo, acompanhamos a curva cada vez mais crescente de brasileiros contagiados e o número de mortos aumentando exponencialmente a cada dia.
Não há um comando de ações integradas entre o Governo Federal e os estados da Federação. Há, incredulamente, uma disputa de egos inconcebível para a gravidade da situação. O que assistimos, atonitamente, é o agravamento de uma crise política e institucional em meio a uma pandemia, que deveria ser o principal assunto em pauta na mesa presidencial e nas pastas de cada ministro, governador e prefeito em todo o país.
Como se vivêssemos um mundo à parte – o que, numa segunda vista, pode parecer um alento ou um oásis num deserto de hipocrisia -, mais uma vez o cooperativismo surge como uma ponte, um porto seguro para superar os desafios desta crise sanitária. Não raros são os exemplos que vêm demonstrando as cooperativas singulares em todo o Brasil, com ações que poderiam servir de modelo para nossos governantes e atender aos que mais necessitam de ajuda no momento.
Não se trata apenas de ficar em casa, em isolamento, diminuindo os riscos de um colapso na saúde. É necessário agir, mesmo que à distância, para evitar um caos maior.
E o cooperativismo vem dando o exemplo novamente. Como sempre ocorre nos momentos de dificuldade, a doutrina cooperativista nos apresenta caminhos viáveis, soluções simples e práticas, conforme acena em seu 7º Princípio, o Interesse pela Comunidade. Já passamos da fase em que os governantes precisam alcançar a importância dos papéis que desempenham e a responsabilidade que têm para com a nação. Legitimamente eleitos, mesmo que para desgosto de uma boa parcela dos brasileiros, são esses os representantes do povo e é deles que deveremos cobrar ações mais eficazes no combate a esse e a todos os vírus que vierem, em especial o vírus da corrupção, um mal que parece não ter fim. Que Deus tenha piedade de nós e nos livre dessas mazelas de uma vez por todas!