As cooperativas de reciclagem do Alto Tietê, em São Paulo, estão prestes a receber um impulso significativo . E isso graças a uma doação inusitada do Ministério da Saúde. Numa iniciativa pioneira, o governo entregou 20 toneladas de aventais de tecido TNT (tecido não tecido) às mãos ágeis dos cooperativistas, representando um passo firme em direção à sustentabilidade e ao apoio às comunidades locais.
O material doado faz parte de um estoque herdado do governo anterior, totalizando mais de 33 milhões de unidades próximas do prazo de validade. Uma verdadeira fortuna de 1,5 mil toneladas de aventais, que agora ganham uma nova vida através do ciclo da reciclagem. Esse gesto não só beneficia o meio ambiente, mas também se transforma em oportunidades concretas para cerca de 400 famílias de catadores, que encontrarão novos horizontes ao transformar os aventais em produtos como bolsas, embalagens, enfeites e até brinquedos.
Atualmente, a gestão do Ministério da Saúde se dedica a encontrar soluções sustentáveis para o destino desse expressivo estoque. Ao contrário da administração anterior, que optou pela incineração, o atual governo busca alternativas respeitosas com a legislação sanitária e financeiramente viáveis.
Ministério da Saúde já distribuiu para outras unidades
Desafios não faltaram nesse caminho inovador. O gigantesco quantitativo de aventais, suficiente para cobrir 4 mil campos de futebol, exigirá uma logística impressionante, com necessidade de 300 carretas para o transporte. Além disso, o curto prazo de validade do material, que parte já se encontrava inutilizável ou vencido, tornava inviável a doação a hospitais, como era prática anterior.
Durante o ano de 2023, mais de 9,6 milhões de unidades aptas para uso foram distribuídas a instituições como secretarias de saúde, hospitais e laboratórios. Os aventais com validade até 2025 continuam sendo priorizados para estabelecimentos hospitalares, alinhando-se ao compromisso do Ministério da Saúde com a segurança e o bem-estar dos profissionais de saúde.
O compromisso com a sustentabilidade orienta as ações do Ministério, que rejeita a incineração do material próximo ao prazo de validade. O Tribunal de Contas da União (TCU) destacou que o custo dessa prática seria superior a R$ 10 milhões. Essa decisão não só respeita o meio ambiente, mas também confirma o entendimento de que o valor da reciclagem vai além dos números. Isso repreenta uma mudança positiva para o planeta e para as comunidades que dependem do cooperativismo para prosperar. Novas doações estão previstas ao longo de 2024. A ação consolida o compromisso do Ministério da Saúde com práticas responsáveis e solidárias.