O estresse no trabalho motivou a ova legislação sobre o tema. E nas cooperativas, onde a colaboração e o bem-estar coletivo são pilares fundamentais, o impacto não pode ser subestimado. Com a entrada em vigor, em 26 de maio de 2025, da obrigatoriedade de implementar planos de saúde mental e avaliar riscos psicossociais, surge uma oportunidade para que cooperativas reforcem seus compromissos com a saúde e a qualidade de vida de seus cooperados e colaboradores.
Números do estresse no trabalho
Uma pesquisa da It’sSeg Company revelou que o número de afastamentos por transtornos mentais aumentou 20% em 2023, em comparação ao ano anterior. Esses dados refletem um problema que afeta não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a produtividade e os resultados das organizações. Entre as principais causas de estresse no trabalho estão metas excessivas, jornadas prolongadas, falta de suporte organizacional, assédio moral, conflitos interpessoais e a ausência de autonomia para a tomada de decisões.
Para as cooperativas, que dependem de uma relação de confiança e colaboração entre seus membros, o impacto do estresse pode ser ainda mais significativo, colocando em risco o equilíbrio das equipes e a própria sustentabilidade do negócio.
A nova regulamentação
A atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR-1), aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 2024, exige que todas as empresas, incluindo cooperativas, implementem planos de saúde mental e realizem avaliações de riscos psicossociais. Essas medidas representam um avanço importante na forma de lidar com a saúde mental. Principamente no ambiente de trabalho.
De acordo com André Minucci, mentor de empresários, investir em saúde mental não é apenas uma obrigação, mas uma estratégia inteligente. “Funcionários que se sentem apoiados e valorizados tendem a ser mais comprometidos e produtivos”, afirma. Ele destaca ainda que a promoção de uma cultura organizacional equilibrada colabora para alcançar resultados sustentáveis.
Meidas contra o estresse no trabalho
As cooperativas, por sua natureza democrática e solidária, têm uma posição privilegiada para liderar iniciativas de saúde mental no trabalho. Algumas ações sugeridas por especialistas incluem:
- Avaliação de Riscos Psicossociais
Identificar fatores de risco no ambiente de trabalho, como excesso de cobranças ou conflitos interpessoais, e criar estratégias para mitigá-los. - Programas de Apoio Psicológico
Oferecer suporte profissional aos cooperados e colaboradores, como acesso a psicólogos e programas de assistência emocional. - Promoção de um Ambiente Saudável
Estimular o diálogo aberto, a colaboração e o respeito mútuo, fortalecendo os laços entre os membros da cooperativa. - Capacitação e Treinamento
Preparar lideranças para identificar sinais de estresse e promover uma cultura de bem-estar no ambiente de trabalho. - Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal
Incentivar práticas que permitam aos cooperados e colaboradores conciliar suas responsabilidades profissionais com a vida pessoal.
Benefícios para as Cooperativas
A implementação de medidas voltadas para a saúde mental traz benefícios não apenas para os indivíduos, mas também para as cooperativas como um todo. Entre os principais ganhos estão a redução do absenteísmo, o aumento da produtividade, a melhoria do clima organizacional e o fortalecimento da confiança mútua entre os membros.
Além disso, cooperativas que cuidam da saúde mental de seus membros reforçam seus valores e se destacam como exemplos de organizações comprometidas com o bem-estar coletivo.
Em resumo, o estresse no trabalho é um desafio crescente, mas também uma oportunidade para que cooperativas inovem e fortaleçam seus princípios. A nova regulamentação, que exige planos de saúde mental e avaliação de riscos psicossociais, deve ser vista como um estímulo para que as cooperativas invistam no bem-estar de seus cooperados e colaboradores.
Mais do que cumprir uma obrigação legal, cuidar da saúde mental no ambiente de trabalho é um ato de responsabilidade e solidariedade. Além disso, está alinhado aos valores cooperativistas. Ao adotar essas práticas, as cooperativas não apenas promovem a saúde e a qualidade de vida, mas também garantem sua sustentabilidade e relevância em um mundo cada vez mais exigente.