Um plano odontológico é fundamental para todas as pessoas. Porém, durante a pandemia da covid-19, houve queda de consultas. Com isso, surgiram dois problemas: uma demanda reprimida de pessoas a procura de tratamento e o surgimento de planos baratos e sem qualidade, em contraste com os oferecidos por cooperativas de profissionais.
Em entrevista ao programa CoopCafé, o presidente da Uniodonto do Brasil, Dr. José Alves, fez um panorama do mercado neste final de pandemia. Para ele, não dá para oferecer um serviço adequado com os preços cobrados por certas empresas. Por outro lado, ele justifica o valor cobrado por um plano odontológico de coops do setor.
“O mercado é extremamente competitivo. Então, de acordo com os números da Agência de Saúde Suplementar, as empresas de odontologia de cada R$ 100 que uma pessoa paga a essas empresas, elas recebem de fato em serviço aproximadamente de R$ 40 a R$ 45. Isso quer dizer que cada R$ 100 que uma pessoa remunera a um plano odontológico de fato ela está tendo um benefício de atendimento de valor entre R$ 40 e R$ 45 de cada R$ 100 pagos. Já na estrutura cooperativa, de cada R$ 100 pagos ela recebe entre 65% a 70%. Retorna R$ 60 a R$ 70. A gente pode ver que é uma estrutura preparada para o atendimento”.
Segundo o Dr. José Alves, o maior desafio para o gestor de saúde é achar o equilíbrio de preços de maneira a manter a qualidade. Para ele, o modelo cooperativista é o que apresenta melhor equilíbrio.
Plano odontológico barato
“Podemos até dizer que, não só na odontologia, mas na medicina também. Nós temos três atores principais nesse setor. Nós temos a operadora, nós temos o beneficiário e nós temos o prestador. Um grande desafio do gestor é gerar o equilíbrio entre essas partes. Então, se o gestor estiver muito preocupado em favorecer o resultado da operadora ele vai contra os interesses da rede prestadora e do beneficiário. Contudo, caso ele olhe apenas para o profissional prestador do serviço, ele pode perder a sustentabilidade na empresa. Além disso, se ele der atenção só para o beneficiário, da mesma forma, a coop ou a estrutura da operadora, ficam no prejuízo”.
O presidente da Uniodonto cita empresas que comercializam planos de saúde bucal a R$ 8, preço bem abaixo dos praticados por coops. Caso uma pessoa tenha que fazer uma limpeza por ano, José Alves questiona:
“O profissional ele vai receber em um ano R$ 96. E se ele tiver que fazer um tratamento de canal? Uma restauração? Então, a empresa comercializa um produto no valor baixo, irreal, e finge que faz o atendimento. Isso o sistema cooperativista não faz”, disse.
Entretanto, o Dr. José Alves reconhece que a Uniodonto tem os preços mais caros do mercado. Por outro lado, entrega o melhor produto.
Por fim, ouça a entrevista completa no podcast BR Cooperativo. O Dr. José Alves, sobretudo, conta a história da Uniodonto e os desafios durante a pandemia.