A cooperativa Languiru luta para manter-se viva existindo após os últimos episódios em que teve que se desfazer de boa parte dos seus ativos. Um dos capítulos de sua jornada aconteceu em 26 de março de 2024, quando 235 cooperados se reuniram em duas assembleias gerais, a GE e a AGE, em que a atual direção prestou contas do exercício de 2023 e mostrou o espírito de resiliência e união entre os associados.
O resultado das assembleias foram transformados em decisões significativas para o futuro da cooperativa. O presidente Paulo Roberto Birck fez uma análise dos últimos três anos da cooperativa. Ele também mostrou as ações adotadas para superar a fase atual de liquidação extrajudicial e, ao mesmo tempo, dar continuidade à operação da cooperativa.
Mas apesar do otimismo e da força de vontade com que os cooperativistas manifestam, a prestação de contas de 2023 apontou significativas perdas de R$ 469 milhões. Ainda foi necessário fazer um reajuste nas contas de 2022, o que aumentou mais ainda as perdas em R$ 122 milhões. Lembramos que um dos frigoríficos da Languiru foi a leilão.
Para vencer os problemas, Bricks falou sobre o balanço especial realizado em Julho de 2023. Para ele foi um marco fundamental para a reorganização contábil e operacional da cooperativa.
Outra decisão da assembleia foi a reforma do Estatuto. O objetivo é adequá-lo para o futuro da cooperativa.
Os participantes da assembleia mostraram forte desejo de dar continuidade à cooperativa. Entre eles, ex-presidentes. Todos unidos para manter a história da Languiru, uma cooperativa que ao longo da sua existência de há mais de 70 anos desempenha importante papel no Sul do país.
História da Languiru
As origens da cooperativa remonta ao ano de 1956. Um grupo de agricultores se uniram para enfrentar os desafios, que na época eram muitos. Todos queriam melhorar a produção, a comercialização e a qualidade dos produtos.
Os visionários agricultores fundaram então a Cooperativa de Produtores de Leite de Teutônia, que mais tarde se tornaria Cooperativa Languiru. Para se ter uma ideia da importância dessa cooperativa, ao longo dos anos ela cresceu e passou a produzir outros produtos do agro, como suínos, aves e grãos. Também passou a comercializar produtos agrícolas.
Formou-se um grande elo entre produtores rurais, microprodutores, agricultores familiares e o público daquela religião de Teutônia, um município importante no Rio Grande do Sul. Não só pelo seu tamanho, mas pela atividade da Languiru.
Ao longo do tempo, a coopertiva abraçou municípios vizinhos. Então, ela se tornou um importante fator para a comercialização de produtos agrícolas para toda aquela região. É uma importante divulgadora dos princípios do cooperativismo, como a sustentabilidade ambiental, preocupação com o bem-estar animal, adoção de práticas que garantem o cuidado e o respeito aos animais criados em suas propriedades, além de beneficiar a comunidade local com empregos diretos e indiretos.
Apesar de todos os problemas, a cooperativa continua promovendo responsabilidade social na região.
Outro fator que dá ideia da grandeza e da importância da cooperativa Languiru é o fato de mesmo assim estar conseguindo conquistar mercados externos. Já entre as atividades locais de interesse pela comunidade cooperativa já investiu em projetos sócio educacionais com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino dos moradores da região Por exemplo, o apoio à educação por meio de bolsas de estudos e incentivos para que os filhos dos produtores rurais possam ter acesso a uma educação de qualidade.
Conclusão da assembleia
A AGO e a AGE da cooperativa Languiru terminaram deixando um ar otimista para a continuação da cooperativa. O presidente Paulo Roberto enfatizou a importância da união e o trabalho coletivo como únicas formas de superar os desafios atuais que impactam uma longa história cooperativista: “somente com união demonstrada nesta dura assembleia podemos e iremos enfrentar este momento. Vamos reescrever a história do cooperativismo, e isso não é pouca coisa”, disse.
A manutenção da cooperativa Languiru é importante, tanto para o cooperativismo local quanto para o brasileiro.