Educação Superior em Cooperativismo completa 50 anos: Senado debate desafios e propõe novas políticas públicas no Brasi
Brasília (DF) — Em comemoração aos 50 anos do curso superior em cooperativismo, a Comissão de Educação (CE) do Senado Federal realizou, em 8 de outubro de 2025, uma audiência pública que reuniu representantes de universidades e órgãos de pesquisa para debater o futuro da formação cooperativista no Brasil.
A data marcou meio século da criação do curso pioneiro da Universidade Federal de Viçosa (UFV), referência nacional no ensino cooperativo.
Educação cooperativista: um legado que inspira o futuro
O reitor Demetrius David da Silva, da UFV, destacou o papel da universidade na inovação e no empreendedorismo cooperativo.
“Temos um destaque muito grande em empreendedorismo e inovação”, afirmou o reitor, ressaltando que o modelo cooperativo é essencial para o desenvolvimento regional sustentável.
Atualmente, o cooperativismo é vetor de inclusão social e econômica, abrigando mais de 12% da população brasileira em diferentes ramos produtivos — segundo dados apresentados por Kristiane Mattar Accetti Holanda, representante do CNPq.
O papel do cooperativismo na formação cidadã
A coordenadora do MEC, Mariana Ramos Reis Gaete, lembrou que o cooperativismo deve ser tratado como tema transversal na educação, pois desenvolve valores como democracia, cidadania e trabalho coletivo.
Já o professor Vilmar Rodrigues Moreira, da PUCPR, comparou o cooperativismo a um “pilar estratégico da economia solidária”, essencial para gerar prosperidade compartilhada.
“Enquanto o mercado estimula a competição, o cooperativismo ensina a cooperar para evoluir”, afirmou o docente.
Desafios estruturais e necessidade de políticas públicas
Entretanto, o debate também expôs obstáculos enfrentados pelas universidades federais. Entre eles, a falta de orçamento para a curricularização da extensão e a dificuldade de integrar teoria e prática social.
A professora Marta Von Ende, diretora do Colégio Politécnico da UFSM, alertou que os cortes orçamentários comprometem projetos de extensão que aproximam as universidades das cooperativas locais.
“O número de alunos aumentou, mas o orçamento não acompanhou esse crescimento”, lamentou.
Senado propõe fortalecer a educação cooperativa desde a base
A senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), autora do requerimento da audiência, enfatizou que o cooperativismo nasce da sociedade, e não de forma imposta “de cima para baixo”.
Ela propôs incluir conteúdos cooperativos já na educação básica, para formar jovens com mentalidade colaborativa e solidária, de modo que o cooperativismo esteja presente desde a escola até a universidade.
Perspectivas e encaminhamentos
Ao final da audiência, ficou claro que celebrar 50 anos do ensino superior em cooperativismo é também um chamado à ação.
Os participantes defenderam a criação de políticas públicas que:
- ampliem o financiamento para cursos e pesquisas em cooperativismo;
- fortaleçam as parcerias entre universidades, cooperativas e sociedade civil;
- promovam a inclusão do cooperativismo nos currículos escolares.
Conclusão: cooperar é educar para o futuro
Em síntese, o encontro no Senado mostrou que o cooperativismo educa para a vida.
Quando o ensino é inspirado na cooperação, a sociedade aprende a crescer junto.
O desafio, agora, é transformar esse ideal em política pública concreta — para que, enfim, educar e cooperar sejam duas faces da mesma evolução social.

































