Nesta terça-feira (7), o Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) realizou uma reunião com o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Francisco Ferreira Alexandre. O encontro teve como objetivo apresentar oficialmente as Propostas do Cooperativismo de Crédito aos Fundos Constitucionais, um documento que reúne as principais contribuições do cooperativismo de crédito para o aprimoramento da aplicação dos recursos públicos voltados ao desenvolvimento regional nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Essa reunião faz parte de uma série de agendas institucionais promovidas pelo Sistema OCB junto a órgãos de desenvolvimento e ao Congresso Nacional. O intuito é fortalecer a participação das cooperativas de crédito como agentes operadoras dos Fundos Constitucionais de Financiamento, com um enfoque especial na região Nordeste.
Durante a reunião, a gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta, enfatizou a importância das cooperativas como instrumentos de inclusão financeira, estímulo à economia local e geração de renda. O documento apresentado propõe um conjunto de aperfeiçoamentos legislativos e regulatórios que visam tornar mais eficiente o repasse dos recursos e ampliar o alcance territorial da política pública.
As propostas incluem a inclusão do Sistema OCB como convidado no Conselho Deliberativo da Sudene, aumentando a representatividade do modelo, que já se beneficia do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) através das cooperativas rurais e urbanas. Além disso, foram sugeridos mecanismos para viabilizar a habilitação das cooperativas de crédito como instituições financeiras parceiras na política pública, seguindo o exemplo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO).
Para Fabíola, a aproximação com a Sudene representa um passo significativo para o fortalecimento institucional do cooperativismo de crédito. “As cooperativas de crédito têm um papel essencial na interiorização do desenvolvimento. Elas conhecem a realidade de cada território e conseguem atender de forma ágil e personalizada as necessidades dos pequenos produtores e empreendedores. Por isso, defendemos que sejam cada vez mais consideradas parceiras estratégicas na operacionalização dos Fundos Constitucionais”, afirmou.
Um levantamento técnico elaborado pelo Sistema OCB revela que, enquanto o banco administrador do FNE conta atualmente com cerca de 268 agências na região, o cooperativismo de crédito já dispõe de 528 postos de atendimento. Esse dado evidencia o potencial de ampliação do modelo no Nordeste, especialmente em municípios de pequeno porte onde muitas vezes não há presença bancária física.
As propostas do Sistema OCB já foram apresentadas também ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), à Sudeco e a parlamentares que apoiam o cooperativismo no Congresso Nacional, incluindo a então senadora Margareth Buzetti (MT), o senador Zequinha Marinho (PA) e o deputado Arnaldo Jardim (SP), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).
“Nosso papel é garantir que o cooperativismo seja reconhecido não apenas como operador financeiro, mas como parceiro estratégico na formulação e execução das políticas de desenvolvimento regional. Esse diálogo é o caminho para consolidar um modelo de crédito mais inclusivo e sustentável”, concluiu Fabíola.

































