No Dia Internacional do Resíduo Zero, celebrado em 30 de março, o Brasil apresenta avanços significativos em iniciativas de gestão de resíduos, com destaque para projetos que combinam sustentabilidade e inclusão social. Inclusive com a participação do cooperativismo. E são os números que mostram um cenário promissor, tanto na reciclagem quanto na compostagem.
Em resumo, 2024 ficou marcado por dois importantes projetos brasileiros que alcançaram marcas expressivas. O Instituto Recicleiros registrou um crescimento de 64%, processando 7,2 mil toneladas de resíduos em 14 municípios. Já a startup So+ma, atuante em 4 cidades do Paraná, aumentou em 31% a sua coleta de materiais recicláveis, atingindo significativas 288 toneladas.
Dia Internacional do Resíduo Zero
A Organização das Nações Unidas (ONU) criou a data para promover a importância da gestão eficaz de resíduos e a transição para uma economia circular. Dados do Instituto Pólis, coletados pela iniciativa Brasil Composta Cultiva, indicam que uma parcela significativa dos resíduos sólidos urbanos é composta por materiais orgânicos. Aproximadamente 45,6% dos resíduos coletados no país são orgânicos compostáveis, como restos de alimentos e resíduos de jardim. Entretanto, menos de 0,3% desses resíduos são efetivamente compostados. Esses dados indicam sobreturo uma oportunidade de crescimento.
Entretanto, a pesquisa também revela que 45,6% dos resíduos coletados no país são orgânicos compostáveis.
De acordo com Victor Argentino, coordenador de projetos em resíduos sólidos no Instituto Pólis, o crescimento do setor é significativo: “Entre 2022 e 2023, o número de unidades de compostagem aumentou **55%**, saltando de 76 para 118 unidades, demonstrando o interesse crescente das cidades nessa solução”.
Inovação e Inclusão Social
A Academia Recicleiros do Gestor Público, presente em quinze cidades como Guaxupé/MG, Naviraí/MS e Serra Talhada/PE, já gerou 302 postos fixos de trabalho, beneficiando 978.977 pessoas com coleta seletiva.
Por sua vez, outra iniciativa, a So+ma, inova com seu programa de benefícios. Nela, materiais recicláveis são trocados por pontos utilizáveis no comércio local. A iniciativa já reaproveitou 5 mil toneladas de materiais e evitou a emissão de 11 mil toneladas de carbono.
É evidente o benefício ambiental do setor. Trata-se da segunda maior fonte de emissões de metano no Brasil, responsável por 16% das emissões totais. Economicamente, o país perde entre R$ 1 e R$ 8 bilhões anualmente com o enterramento de resíduos orgânicos, segundo o PLANARO.
Isabela de Marchi, Gerente de Sustentabilidade da SIG na América do Sul, ressalta: “Ver a evolução dessas iniciativas nos enche de orgulho e reforça que estamos no caminho certo. Acreditamos que patrocinar iniciativas inovadoras é essencial para transformar hábitos, incentivar a reciclagem e garantir dignidade aos trabalhadores”.
O papel das cooperativas
Assim, cooperativas de catadores são fundamentais nessa transformação. Em resumo, a compostagem gera 5 a 10 vezes mais empregos que aterros sanitários por tonelada tratada, representando uma importante fonte de renda para catadores que já lideram a reciclagem no país.
O setor conta com plataformas de apoio, como a Brasil Composta Cultiva. Ela está presente em 11 estados e envolve mais de 6 mil pessoas. Oferece suporte técnico e informações para gestores municipais e cooperativas. Com apoio do Global Methane Hub, GAIA e Ministério do Meio Ambiente, a iniciativa fortalece projetos existentes e promove novas soluções.

































