Brasília — Durante a 3ª Cimeira Internacional das Cooperativas de Língua Portuguesa, realizada nos dias 20 e 21 de maio de 2025, no Centro de Convenções Brasil 21, a Cooates — Cooperativa de Trabalho, Consultoria e Assistência Técnica de Pernambuco — apresentou, por meio do seu presidente, Cláudio José Silva, um ousado plano de diversificação e inovação para este ano.
Afinal, como ressaltou Silva, a cooperativa, que completa 25 anos de fundação, sempre apostou na diversificação como estratégia essencial para garantir a sustentabilidade econômica, a geração de renda e a dignidade de seus cooperados. Assim, a Cooates vem consolidando o modelo de “cooperativa startup”, que alia inovação, tecnologia e bioeconomia à atuação tradicional no campo.
De Barreiro para o Brasil: novos mercados para a Cooates
Atualmente sediada no município de Barreiro, na Mata Sul Pernambucana, a Cooates opera em diversas frentes. Inicialmente focada em consultoria e instrutoria para o setor agropecuário, a cooperativa expandiu-se para a industrialização de produtos naturais e alimentos. Logo que se percebeu a necessidade do mercado, a Cooates investiu na criação de uma unidade de processamento de mel e própolis. Atualmente, é a única em Pernambuco certificada pelo Ministério da Agricultura (MAPA). Com essa chancela, a cooperativa já distribui seus produtos para supermercados, redes hoteleiras e atacadistas em quatro estados, com perspectivas de ampliação nacional.
Por outro lado, a atuação da Cooates não se restringe ao mel. O presidente destacou a criação de uma nova unidade de biocosméticos veganos e fitoterápicos. Ela foi estruturada em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, a Organização das Cooperativas do Estado de Pernambuco (OCB-PE) e a Sudene. De acordo com Cláudio José Silva, mais de R$ 2 milhões foram investidos no projeto, que já conta com aprovação da Vigilância Sanitária e será submetido à certificação da Anvisa, a fim de garantir a segurança e qualidade exigidas pelo mercado.
Piscicultura como resposta estratégica ao mercado global
Simultaneamente, a Cooates identificou uma lacuna no mercado internacional de pescado. Conforme explicou Silva, após os Estados Unidos embargarem parte das importações de pescado da China, abriu-se uma janela de oportunidade para produtores brasileiros. Assim, a cooperativa decidiu investir na piscicultura de tilápia, alcançando atualmente a marca de oito toneladas de pescado, com um único supermercado atacadista adquirindo até seis toneladas mensais.
“Nosso objetivo não é apenas atender ao mercado interno, mas também expandir para exportação”, destacou o presidente. Além disso, a cooperativa já planeja a instalação de uma unidade móvel de processamento de tilápia, equipada com contêiner certificado pelo MAPA, o que facilitará a comercialização e agregará valor ao produto com a produção de filés, espetinhos e hambúrgueres.
Bioeconomia e reflorestamento: compromissos Cooates
Em conformidade com sua filosofia de atuação sustentável, a Cooates mantém um importante viveiro florestal. A unidade abastece o Porto de Suape com mais de 700 mil mudas nativas da Mata Atlântica, de aproximadamente 85 espécies. Esse projeto, realizado em parceria com o Governo do Estado, posiciona a cooperativa como uma referência no reflorestamento no Nordeste.
Igualmente, a cooperativa explora outras atividades sustentáveis, como a melonicultura e a psicultura, sempre priorizando práticas inovadoras e ecológicas.
A grande novidade de 2025: cacau como base para o chocolate artesanal
Entre os novos horizontes para este ano, a produção de cacau se destaca como uma das mais promissoras iniciativas da Cooates. Segundo Cláudio José Silva, a Mata Sul Pernambucana apresenta clima e solo ideais para o cultivo dessa matéria-prima essencial para a indústria do chocolate. A partir de parcerias com centros de pesquisa, a cooperativa já realiza estudos para desenvolver cultivares adaptadas à região.
Esta iniciativa está alinhada com o crescente mercado nacional e internacional de chocolates finos e sustentáveis, que valoriza a rastreabilidade, a qualidade e o impacto socioambiental positivo da cadeia produtiva. Assim, a Cooates pretende agregar valor aos produtos regionais e, ao mesmo tempo, proporcionar novas fontes de renda para os cooperados.
Cooperativismo como motor de desenvolvimento regional
Por fim, Cláudio José Silva reforçou a importância do cooperativismo como instrumento de transformação social e econômica. “Estamos a cerca de 150 km de Recife e 170 km de Maceió. Levar oportunidades e renda para o interior, por meio do cooperativismo, é essencial para a nossa sobrevivência e crescimento”, afirmou.
A participação da Cooates na 3ª Cimeira Internacional das Cooperativas de Língua Portuguesa evidencia, com efeito, o vigor e a relevância do cooperativismo brasileiro no cenário global, especialmente ao integrar inovação, sustentabilidade e inclusão produtiva.
Em resumo, a Cooates comprova que o cooperativismo é, simultaneamente, tradição e futuro — um modelo de negócios que, assim como a própria cooperativa, evolui, se adapta e se fortalece a cada novo ciclo.

































